cena extra (2) Td - Seja compreensivo
— Não,
Carla. Isso está fora de cogitação. Nem pensar. Minha resposta final é
não.
— Mas por
que? Ficaremos mais perto do nosso filho assim, não é o que você queria?
— Está
propondo que a sua ex amante venha morar em nossa casa e espera que eu concorde
com isso numa boa?
— Preciso
te lembrar que está esperando um filho SEU? E que a família dela está
praticamente do outro lado do mundo! Ela vai necessitar muito do nosso apoio.
Por favor, minha vida, seja compreensivo, sim?
Ela está
mesmo me pedindo para ser mais compreensivo? Eu a aceitei de volta. Passei uma
borracha em seus erros como não tivessem me afetado. O que estava querendo? Me
torturar trazendo a maldita da Michelle para morar aqui? Todos os dias
conviveria com a sombra da sua traição? Já basta o filho que serei obrigado a
criar.
CHEGA.
ESTOU NO MEU LIMITE. ESSA SITUAÇÃO JÁ FOI LONGE DEMAIS!
EU SOU O
QUE? A PORRA DE UM PALHAÇO?
— Você
queria a minha opinião é a resposta é não! E se está preocupada com Lauren, é
simples: Vá viver com ela então. – Mantive a expressão do rosto séria para que
entendesse que não cederia tão fácil desta vez.
— Pense
com a sua razão e não com seu orgulho ferido e verá que o que estou pedindo é a
decisão mais sensata a se tomar!
— Ah é?
Como vamos explicar á imprensa, ao nosso público que Michelle Morgado está
morando aqui? Por mais que inventemos grande mentira sobre solidariedade e
amizade, corremos risco da história real vazar e não será nada bonito para
nossa imagem enquanto artistas e casal. – Gesticulei nervoso. Temendo tal
possibilidade.
— Arg,
você está falando como o... – Revirou os olhos e eu interrompi sua frase
— COMO UM
ARTISTA E HOMEM RESPONSÁVEL PELA MINHA CARREIRA E FAMÍLIA. MUITO DIFERENTE DE
VOCÊ, QUE ESTÁ APENAS COMETENDO ERROS SEGUINDOS DE OUTROS PORQUE SÓ PENSA EM SI
MESMA E QUE SE DANE O TRABALHO E OS SENTIMENTOS DOS OUTROS – Segurei seus
braços e os apertei com certa força.
— NUNCA
VAI ME PERDOAR REALMENTE PELO QUE FIZ, CERTO? DIZ QUE ESQUECEU, MAS EM QUALQUER
OPORTUNIDADE ESTÁ ESFREGANDO NA MINHA CARA OS ERROS QUE COMETI, ME HUMILHANDO E
AGREDINDO VERBALMENTE. PARA SER SINCERA, ESTOU FARTA DISSO TUDO, TOMÁS. – Se
soltou de mim, meio cambaleando para trás. Mas a julgar por seus gritos, a
postura continuava firme.
Ela não
me daria o gosto de vê-la chorar.
— Está me
decepcionando muito, não se parece nada com o homem com quem casei e amei por
tantos anos.
— Então
somos dois infelizes, porque a cada dia a mulher que amo e você parecem duas
completamente distintas.
Carla me
encarou uma última vez, um olhar frio e cortante que penetrou minha alma. Eu
desviei obviamente.
O choro
de Catarina no quarto ao lado é ouvido por não em total silêncio, ela sai para
ver o que nossa filha quer.
Suspiro
cansado e chuto a porta.
Aquelas
discussões tinham voltado em momento inoportuno. Não deveria ser tão ríspido
com Carla, afinal está grávida e bem mais sensível.
Depois do
que houve durante o parto de Cat, sabia bem que ainda que cedo, ela temia que
fosse igual com o novo bebê ou que Michelle passasse pelo mesmo.
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